O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
fonte: E-mails Pedro Lago
quinta-feira, 26 de maio de 2011
quinta-feira, 12 de maio de 2011
A DUPLA SITUAÇÃO de Carlos Drummond de Andrade
Um silêncio tão perfeito
como o que baixou agora:
sinal que já morremos
ou nem chegamos ainda à Terra.
Acabamos de sentir a morte
nas veias substituir o sangue.
Circulamos na atmosfera,
somos, corpo e brisa, um só.
Ou flutuamos no possível
sem pressa de, sem desejo de
atingir o irretratável
movimento do nascimento.
Este silêncio tão completo
em si, em nós, em nossa volta,
converte-nos em transparente esfera
contemplada contemplativa.
como o que baixou agora:
sinal que já morremos
ou nem chegamos ainda à Terra.
Acabamos de sentir a morte
nas veias substituir o sangue.
Circulamos na atmosfera,
somos, corpo e brisa, um só.
Ou flutuamos no possível
sem pressa de, sem desejo de
atingir o irretratável
movimento do nascimento.
Este silêncio tão completo
em si, em nós, em nossa volta,
converte-nos em transparente esfera
contemplada contemplativa.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Homenagem a minha amada Leda Dau
foto Luciana Dau - abril de 2011
O amor sempre transbordou em nossa família, do encontro entre dois generosos imigrantes Libaneses, Maria e Miguel nasceram 4 pessoas maravilhosas: Albert, Odete, Amaury e Leda.
Ledinha foi uma mulher extraordinária, filha, irmã, tia/mãe, amiga, cientista, botânica, professora, ex-diretora do Museu Nacional/ UFRJ.
Na sua escolha pelas ciências naturais Ledoca nos fala: “Optei espontaneamente pelo curso. Minha mãe cuidava muito dos jardins. Ela tinha um canteiro grande, só de rosas. Eram maravilhosas aquelas rosas vermelhas, lindas. Fui sedimentando esse gosto.”
O que sempre me impressionou na Tia Leda, foi sua seriedade, sensibilidade, respeito, discrição, modéstia, ética, generosidade e compromisso com a vida, com a família, os amigos, o trabalho, o país, o mundo. A sua capacidade de amar, agregar, ouvir, intervir no momento exato, e o exemplo de tolerância nas relações.
“Como é grande o nosso amor por você”
Leda, Ledinha, Ledoca, Ledusca, Tininha, Saudades, muitas saudadesss...O amor sempre transbordou em nossa família, do encontro entre dois generosos imigrantes Libaneses, Maria e Miguel nasceram 4 pessoas maravilhosas: Albert, Odete, Amaury e Leda.
Ledinha foi uma mulher extraordinária, filha, irmã, tia/mãe, amiga, cientista, botânica, professora, ex-diretora do Museu Nacional/ UFRJ.
Na sua escolha pelas ciências naturais Ledoca nos fala: “Optei espontaneamente pelo curso. Minha mãe cuidava muito dos jardins. Ela tinha um canteiro grande, só de rosas. Eram maravilhosas aquelas rosas vermelhas, lindas. Fui sedimentando esse gosto.”
O que sempre me impressionou na Tia Leda, foi sua seriedade, sensibilidade, respeito, discrição, modéstia, ética, generosidade e compromisso com a vida, com a família, os amigos, o trabalho, o país, o mundo. A sua capacidade de amar, agregar, ouvir, intervir no momento exato, e o exemplo de tolerância nas relações.
Como diz Mario Quintana:
“O amor é quando a gente mora um no outro.”
É exatamente isso o que sentimos em relação ao legado que nos deixou. Leda era amor, conciliação, tolerância, inteligência, elegância e quando severa, não perdia jamais a ternura. Os almoços das quintas-feiras aproximou ainda mais os sobrinhos, primos, tias, sobrinhos netos e as duas bisnetas ( Nina e Beatriz) que alegraram muito os nossos encontros dando um colorido especial; Ledinha resplandecia. Os seus gestos de carinho, o preparo das matulas, depois de cada almoço para Cacau levar para o Gilson e o Cristiano, o jantar da Cristiana.
Ledinha nos proporcionou horas de convívio, compartilhando nossas vidas, rindo em volta da mesa, saboreando os deliciosos cardápios variados, criados por ela. E como disse a Tia Munira, é tão bom ficar pertinho.
Até os 22 anos convivíamos diariamente, amando, aprendendo, levando bronca, mas sobretudo recebendo atenção, cuidado, amor e carinho. Na minha infância , adorava ir trabalhar com ela. As lembranças da restinga da marambaia, Ledinha de roupa caqui, botina e cantil, a Anick, sua amada pointer, e eu brincando e observando seu trabalho naquela beleza de lugar, do horto, do Museu Nacional, imagens espetaculares e mesmo depois, quando resolveu morar sozinha, as festas de família, aniversários, a sua fortaleza nos momentos difíceis, as conversas, os conselhos. Um ombro sempre amigo.
O tempo e as lembranças se encarregarão de preencher esse vazio, recordando com alegria, amor e muita gratidão a sua presença na vida e em nossas vidas.
Luciana Dau - 4 de maio 2011
“O amor é quando a gente mora um no outro.”
É exatamente isso o que sentimos em relação ao legado que nos deixou. Leda era amor, conciliação, tolerância, inteligência, elegância e quando severa, não perdia jamais a ternura. Os almoços das quintas-feiras aproximou ainda mais os sobrinhos, primos, tias, sobrinhos netos e as duas bisnetas ( Nina e Beatriz) que alegraram muito os nossos encontros dando um colorido especial; Ledinha resplandecia. Os seus gestos de carinho, o preparo das matulas, depois de cada almoço para Cacau levar para o Gilson e o Cristiano, o jantar da Cristiana.
Ledinha nos proporcionou horas de convívio, compartilhando nossas vidas, rindo em volta da mesa, saboreando os deliciosos cardápios variados, criados por ela. E como disse a Tia Munira, é tão bom ficar pertinho.
Até os 22 anos convivíamos diariamente, amando, aprendendo, levando bronca, mas sobretudo recebendo atenção, cuidado, amor e carinho. Na minha infância , adorava ir trabalhar com ela. As lembranças da restinga da marambaia, Ledinha de roupa caqui, botina e cantil, a Anick, sua amada pointer, e eu brincando e observando seu trabalho naquela beleza de lugar, do horto, do Museu Nacional, imagens espetaculares e mesmo depois, quando resolveu morar sozinha, as festas de família, aniversários, a sua fortaleza nos momentos difíceis, as conversas, os conselhos. Um ombro sempre amigo.
O tempo e as lembranças se encarregarão de preencher esse vazio, recordando com alegria, amor e muita gratidão a sua presença na vida e em nossas vidas.
Luciana Dau - 4 de maio 2011
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