...e gira a roda dos poetas
...e gira a ciranda do sarau
na sala do solar
ao poema
o poeta sola
sua sinfonia afônica
sibilante na sílaba tônica
da voz rouca
que balbucia versos
numa escala pentatônica
no ninho do poema
qual passarinho
a poesia
põe seus ovos
voando à base de vinho
totalmente embriagada
pelas asas avoadas
que batem
na mesma tecla
uma palavra imantada
pelo eco das cavernas
onde bem dita como verbo
realiza sua cerimônia
simultaneamente
profana e sagrada
...e gira a roda dos poetas
no intervalo
de cada palavra
tanto o que se diz
quanto o que se fala
faz parte do mistério
que a poesia inscreve
em sua cabala
do livro buzinaí naïf
Editora Ibis Libris, Rio de Janeiro, 2008
Um comentário:
Legal esse poema do tavinho.Massa.Bj, lu.
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