terça-feira, 2 de junho de 2009

Entrevista com a antropóloga Elena Welper para Revista Brasileiros, uma importante revelação, denúncia.Estão matando os nossos Índios com paracetamol!

Elena disse no comentário do blog: "é bom sabermos: paracetamol é totalmente contra indicado para pessoas que tenham o sistema hepático fragilizado, como é o caso de vítimas de malária e hepatite."

Na entrevista abaixo fica claro que o governo está sendo totalmente omisso, mais ainda, está distribuindo um tipo de medicação, o paracetamol, que exterminará os nossos índios definitivamente! Meu Deus!!! "Vamos pedir Piedade, Senhor Piedade pra essa gente 'cruel' e covarde" ... Eles são os verdadeiros donos, os primeiros habitantes!!! Temos muito o que aprender com eles. Que horror, que tristeza, que vergonha que eu sinto desse governo!!! Não podemos compactuar com isso!!!

A maneira que encontrei para expressar minha indignação foi postando essa entrevista com Elena Welper, que tive a honra de conhecer e me informou sobre esse fato gravíssimo, triste e trágico. Isso não pode continuar acontecendo, existem outras medicações. Parem de mandar paracetamol!!!!!! Vamos olhar, cuidar, amar os nossos índios e não exterminá-los!!!!!!!!!!!!!!

Entrevista

PELA EDUCAÇÃO DOS ÍNDIOS
Antropóloga com formação em etnologia indígena, Elena Welper trabalha desde 2002 com os índios Marubo do Vale do Javari, no município de Atalaia do Norte (AM). Ela começou seu trabalho com a ajuda do Centro de Trabalho Indigenista (CTI), uma organização não governamental que, na época, iniciava um projeto de educação indígena nas aldeias do médio Rio Ituí.



Brasileiros - Quanto tempo você passou entre os Marubo?

Elena Welper -Minha primeira visita aconteceu em julho de 2002. Desde então foram seis temporadas de campo, com períodos que variaram de um a seis meses de trabalho em aldeias e cursos de formação de professores indígenas, realizados pelo CTI, em Tabatinga.

Brasileiros - Qual era a natureza do seu trabalho?

E.W. -Era de orientação pedagógica dos professores indígenas Marubos da aldeia Rio Novo voltada para a alfabetização em português e elaboração de material didático. Eram profissionais que estavam concluindo os cursos de formação de professores indígenas da Secretaria do Estado de Educação do Amazonas (Seduc) e davam aulas há poucos anos em suas próprias comunidades. A minha ida para lá atendeu a uma demanda dessa comunidade que pediu um professor "de longe" para ensinar português e matemática. Eles já estavam alfabetizados em sua língua.

Brasileiros - Qual foi a sua maior dificuldade?
E.W. -Nos dois primeiros anos, foi em relação à continuidade das atividades. A primeira temporada, com duração prevista de seis meses, foi interrompida logo após o primeiro mês devido à morte de um aluno, Amadeus, de apenas 9 anos, vítima de hepatite B e D. Ele era a quarta vítima dessa doença, apenas nessa aldeia, e infelizmente não foi a última. Oito meses depois, outro jovem morreu da mesma maneira traumática. Essa morte precipitou o abandono da aldeia, e as atividades na escola foram novamente interrompidas.

Brasileiros -Qual o tamanho dessa aldeia?

E.W. -Quando cheguei, a aldeia Rio Novo tinha cerca de 90 pessoas. Hoje, são pouco mais de 60 habitantes.

Brasileiros -Há algo sendo feito no sentido de melhorar esse quadro?

E.W. -Desde que foi constatada a contaminação por hepatite B e D na população indígena do Vale do Javari, em 2002, muitas ações e missões emergenciais, incluindo sorologias e exames clínicos, foram feitas, mas infelizmente não houve nenhum progresso. A assistência à saúde continua insatisfatória, e, num certo sentido, inexistente, pois além da hepatite B e D, a população indígena do Vale vem sofrendo anualmente com epidemias de malária, tuberculose, desnutrição infantil e leishmaniose. Para piorar a situação, há o uso indiscriminado do paracetamol, um medicamento totalmente contraindicado para pessoas com problemas hepáticos.

Brasileiros - Alguns médicos que trabalham na região consideram essa situação como um genocídio. Você partilha dessa opinião?

E.W. -Se não um genocídio, é um etnocídio, pois a doença pode a qualquer momento chegar em povos sem contato sistemático com a sociedade, conhecidos como "índios isolados", que além de pouco numerosos possuem baixíssima imunidade. Em outras palavras, etnias ainda hoje desconhecidas, habitantes da terceira maior área de proteção etno-ambiental do Brasil, podem ser as próximas vítimas.

Link para matéria integral na Revista Brasileiros. Qualidade e conteúdo.

http://www.revistabrasileiros.com.br/edicoes/22/textos/586/

Um comentário:

elena disse...

ë bom sabermos: paracetamol é totalmente contra indicado para pessoas que tenham o sistema hepatico fragilizado, como é o caso de vitimas de malaria e hepatite.