segunda-feira, 27 de abril de 2009

CANÇÃO DO CAMINHO de Cecília Meireles

Por aqui vou sem programa,
sem rumo,
sem nenhum itinerário.
O destino de quem ama
é vário,
como o trajeto do fumo.


Minha canção vai comigo.
Vai doce.
Tão sereno é seu compasso
que penso em ti, meu amigo.
- Se fosse,
em vez de canção, teu braço!


Ah! mas logo ali adiante
- tão perto! -
acaba-se a terra bela.
Para este instante,
decerto,
é melhor ir só com ela.


(Isto são coisas que digo,
que invento,
para achar a vida boa...
é a forma de esquecimento
do sonho sonhado à toa...)

Nenhum comentário: