sábado, 13 de dezembro de 2008

Ao Guerreiro de Graça Carpes



Vejo o sol da manhã refletir-se ao teto branco.

Entre o fim da manhã e o enlevo da tarde invade a consciência.

Elevo o peito e corre um gosto ocre-daime feito o fio espiral a alcançar o

núcleo e o feto do

tempo produz o túnel enquanto o sol estica barbantes ao horizonte.

A saia verde faz-se rio denso e corre sobre o corpo e murmuro matas – não

sei se Oxum, não sei se Iara, mas

ri-se por mim e escancara jabuticabas entre as faces.

Tenho a América entre os dedos dos pés e os

tornozelos e sei que os xamãs têm a propriedade de

encurtar o corpo das doenças porque sabem sentir e tudo

vira coisa e cresce e

cria nó e pó, depois que ele a pega no

ar feito corpo celeste.

Que nos livrem do mal todos os Orixás e que

o coração de Kiara esteja protegido também

pela beleza de seus olhos;

olhos de tanto mar.

Nenhum comentário: