domingo, 28 de dezembro de 2008

Encontraram alguns escritos sobre Theodora Speranza


Parece que Theodora foi vista no parque da Niki de Saint Phalle na Toscana.


Pobre Theodora continua acreditando no amor...

Me lembro do Cazuza "Quem tem um sonho não dança..."

Na verdade parece que isso manteve Theodora viva, o sonho. E não me venham com verdades absolutas. Para esse narrador e sua personagem o sonho não acabou!!!!
Por que essa Divina diva desistiu da vida? Assunto difícil esse né não, caro leitor. Qual o sentido da vida?
Theodora não tinha medo da morte, mas da vida. Não foi sempre assim, de um modo geral, sempre amou a vida, enfrentando bravamente tudo o que a vida lhe oferecia. Ao mesmo tempo que representava um desafio, era uma dádiva, uma oportunidade, um milagre estar vivo e com saúde. Mas como somos frágeis e vulneráveis!!!

Por que não fomos educados para o inevitável, o inexorável, o imponderável: a morte????????
Fica essa pergunta no ar...
Será que temos o direito de decidirmos sobre a vida e a morte?
Theodora acreditava em vida após a morte.
Num curto período de tempo, ela sofreu os mais duros golpes. Perdeu subitamente vários amigos e familiares. Adoeceu de corpo e alma. Ficou triste, ficou só e isolou-se em seu castelo de conjecturas. Nada + fazia sentido. Trabalhar pra quê? Pragas contas do final do mês? Quanta estupidez pensava ela.
Ela queria amar e amava desesperadamente... mas sentia-se só, só, só....
Conquistou ao longo de sua vida uma série de amigos e foi o que de fato conseguiu mantê-la viva e vigorosa nesse planeta. Era uma romântica sonhadora. Dentro dela habitava o + cobiçado desejo da humanidade, isso não era nada original, mas parecia que estava fora de moda, o amor parceiro. Sem ele parecia que faltava algo essencial. Sentia um rombo na alma. Por + que tentasse preencher com amigos, família, trabalho, estudos, diversão e arte, faltava. De tempos em tempos instalava-se um vazio. Carecia de um amor exclusivo. Ela queria ser importante para alguém e vice-versa... Vai dizer que não é bom ser amado assim por alguém. Ao mesmo tempo não queria ser prisioneira de uma relação possessiva, limitante, castradora. Instalou-se o paradoxo!!! Como ter liberdade num amor exclusivo????
Seria possível encontrar alguém que respeitasse, confiasse e não cerceasse, aprisionasse?
Tentou tantas vezes em vão. Ela era livre sem ser leviana. Vivia intensamente as experiências humanas, afetivas, táteis, intelectuais, sexuais. Isso não era bem visto, mas ela tocava o foda-se e vivia. Quando falavam que ela dava pra todo mundo, ela respondia com uma frase de Leila Diniz que diz + ou - assim: "Eu dou pra todo mundo, mas não dou pra qualquer um."
Assim foi escrevendo uma história de vida marcada por encontros profundos e intensos. Significativos, criativos e divertidos. Uma vez disseram que para ela não era difícil viver o princípio do prazer, mas sim o de realidade. E tinham razão. Vamos combinar que não dá para viver a vida a seco. A arte proporcionou a convivência com a realidade, escapar da realidade, mas mesmo assim... ela estava sempre por um triz...
"Um belo dia resolvi mudar..."
O radinho de pilha da vizinha do primeiro andar do narrador tocava Rita Lee "Agora Só falta você" e isso era tudo o que Theodora queria, desejava...
"Um belo dia resolvi mudar
E fazer tudo o que eu queria fazer
Me libertei daquela vida vulgar
Que eu levava estando junto a você
E em tudo que eu faço
Existe um porquê
Eu sei que eu nasci

Sei que eu nasci pra saber
E fui andando sem pensar em voltar
E sem ligar pro que me aconteceu
Um belo dia vou lhe telefonar

Pra lhe dizer que aquele sonho cresceu
No ar que eu respiro, uu
Eu sinto prazer
De ser quem eu sou
De estar onde estou
Agora só falta você, iê, iê
Agora só falta você, aaa...
Agora só falta você, iê, iê
Agora só falta você, au!"

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