quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Baga Cine e Theodora Speranza agradecem Caetano Veloso pela música VOCÊ NÃO ME ENSINOU A TE ESQUECER. Uma realização luliX pandaglia

Um cromix vídeo. Mistura de crônica visual tragicômica bagaceira. O hahahaha final foi um ato falho Baga Cine. E o desejo de um dia rir disso tudo com vc Edward. Como somos ridículos e adoráveis. Bom presságio da máquina?! Acredito que essas engenhocas digitais tenham personalidade própria, elas determinam o que deve ou não ser registrado, documentado. Muitas vezes quero postar um filminho e não há santo que faça a coisa ir para o ciberspace. E aí? E daí?

Divagações sobre criação, educação e outras cositas inacabadas, em processo, progresso, em construção... Tudo é provisório.

Não me venham com perfeições, mas com criações! Os erros absolutamente necessários, pois nos levam ao encontro de novas soluções, possibilidades... Vivemos um momento histórico terrível e especial. Se dependermos do sobe e desce das bolsas de valores para pautarmos a nossa existência estaremos fodidos de vez.

Não estou falando nada de novo, apenas relembrando. Devemos reler Paulo Freire, Fayga Ostrower, Sérgio Buarque de holanda e ouvir mais seu filho Chico e manos Caetanos, Darçy Ribeiro, Gilberto Freyre, entre tantos outros mestres brasileiros ou ligados ao Brasil, tão fundamentais para compreensão da nossa identidade cultural. A nossa arte, música, literatura e o esporte! Nós já temos uma história, várias, tempo. O nosso querido Roberto Da Matta, que tb nos auxilia na compreensão da nossa identidade social, cultural, e tá aí dando aula, escrevendo semanalmente para o Globo, pensando o Brasil e o mundo, todos nós, flamenguistas ou não. E sempre muita arte, literatura, música, poesia. "A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte." Isso é Brasssillllll tb!

Os grandes mestres de todas as áreas, de hoje, deveriam se reunir para traçar um novo plano educacional, que possa ser implantado a médio prazo. Precisamos investir na nossa educação de fato. Amor e arte-educação devem ser as nossas duas palavras de ordem e progresso. Como tornar isso possível? Vontade política, o querer de um grande número de pessoas, exigir com firmeza e ternura, união, amor, ação fraternal possível: fazer. Não adianta saber apenas os nossos direitos, mas tb os nossos deveres como cidadãos, mães, pais, irmãos, filhos, amigos, colegas de trabalho, vizinhos, estranhos.

Acredito há muitos anos que a nossa salvação se dará através da arte educação. Vide os projetos maravilhosos como Affro reggae, Nós do morro, Timbalada, entre tantas outras investidas nessa área. Somos essencialmente criativos enquanto povo miscigenado, mix-turado. Reformulando totalmente o currículo escolar, adequando a realidade de cada estado e localidade, ao mesmo tempo antenados com o mundo digital, reciclando os professores, aumentando os salários e valorizando essa classe tão fundamental para o desenvolvimento de um país. Se fizermos isso, investindo na educação das nossas crianças, jovens e adultos em vinte anos não tem pra ninguém e nós sabemos disso há muito tempo.

A mentalidade ganaciosa do delicioso império capitalista que nos proporciona uma série de benefícios e desgraças, pode ser totalmente transformada para os nossos trópicos calientes de uma forma menos selvagem, mais humana e criativa. Investindo no amor e na educação através da arte. Nós brasileiros, de um modo geral, somos muito criativos, solidários, e com aguçado senso de humor. Precisamos investir no nosso potencial humano. Vamos multiplicar pessoas amadas, bem formadas e criativas em vários sentidos.

Se a gente realmente acreditasse na gente, seria outra coisa. Eu mesma me sinto muitas vezes uma merda, sem estima. Invento um Baga Cine para desculpar, justificar o meus erros, as minhas cafonices, e descobri que as amo. Outro alguém vai admirar. Crio para sobreviver e não quero só isso.

O Gabeira poderia começar o plano piloto Amor/Arte/Educação Já, aqui no Rio de Janeiro, que por direito sido e adquirido, sempre será a capital cultural do Brasil.

Lembrei do Castoriadis. Obrigada a minha estimada mestre Monique Augras que me apresentou esse homem maravilhoso.

"O filósofo e psicanalista Cornelius Castoriadis rompeu definitivamente com a dicotomia entre o real e o imaginário. A língua portuguesa integrou essa noção, ao abolir a distinção entre história (fatos reais) e estória (da ordem da imaginação, fantasia), tudo é história, não havendo mais essa diferença.
O imaginário contém em si mesmo a noção de imaginação (relativo ao que é subjetivo, ao sujeito) e o imaginário social (aquilo que diz respeito à sociedade). Podemos supor que o pensamento tem sua origem na capacidade que o homem tem de imaginar, por isso, o imaginário também nos constitui. A linguagem é algo dado pela sociedade, externo ao homem e que nos forma. É nesse jogo dialético, entre o dentro e o fora que o ser humano se constrói, se realiza. O imaginário é nossa capacidade de criação.
Castoriadis integra esses dois aspectos, postulando que o ser humano é o único ser que de fato é singular e que o erro é que irá proporcionar a criação do novo. Afirma que o homem é louco, não possui uma racionalidade funcional tão bem desenvolvida, predeterminada como os outros animais.
O homem é um ser criador na sua essência, com possibilidades, mas que não são previsíveis e listadas como outros seres ou coisas da natureza. A criação para Castoriadis não é indeterminada, mas pressupõe uma certa indeterminação em relação ao seu conjunto. A criação significa que novas formas deverão ser criadas.

“Há uma natureza na essência do homem que é precisamente esta capacidade, esta possibilidade, no sentido ativo, de fazer ser formas outras de existência social e individual, como se vê quando se considera a alteridade das instituições da sociedade, da língua, das obras e dos indivíduos. Há, portanto, bem entendido, uma natureza na essência do homem que é definida por esta especificidade central, a criação. E esta criação, constatação banal, evidentemente, porém decisiva, não está concluída em nenhum sentido do termo”.(Castoriadis, 1992, p. 88)" Trecho extraído da Monografia de Luciana Bouças Dau "Criatividade, meditação e psicoterapia"Orientadora Monique Augras PUC-Rio

Um comentário:

Anônimo disse...

Precisamos sim de mais Paulo Freire, Darçy Ribeiro, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Hollanda... ouvir mais Chico para nos entendermos mais!
Grande abraço, querida :)