terça-feira, 2 de setembro de 2008

REFLEXÕES

Quando penso que me recuperei totalmente, aparece uma outra coisa que me causa dores. Dificuldade de andar. Me sinto bem melhor do que há alguns meses atrás. Tanto fisicamente, quanto emocionalmente. Tenho sentido medo das minhas emoções. Elas são fortes e intensas e muitas vezes acabam me sufocando. Sinto uma necessidade de respirar livremente. Mas as amarras que com a idade criei, tornaram- se ciclos viciosos, cristalizados. As correntes que eu mesma criei e me prendi. Meu corpo uma prisão para minha alma. Quando não sinto dores, nem percebo que estou presa a este corpo. Mas quando chegam as dores, meu Deus, penso na libertação. Ainda não sei que tipo de atitude tomar para sair dessa situação. Estou andando, agradeço a Deus, mesmo a passos lentos. Vou me curar. Será que é possível afirmar com tanta convicção?

UTOPIA
A dimensão do humano.
Sentada à beira mar, respirando a abundância de oxigênio no ar, olhando para o infinito, pensando nas milhares de possibilidades. Na grandeza da natureza e do criador. Sinto a minha consciência ampliar. Diante de tal poder, constato o meu real tamanho frente a esse vasto universo.
Num belo momento, tudo parou, e aquela imagem do rosa no céu fixou-se, as nuvens ficaram estáticas, as ondas inertes, as pessoas paralisadas, não havia canto no ar, tudo como numa fotografia. Estático. Mas, aquele instante passou, as cores mudaram, os pássaros cantaram, as pessoas sorriram e caminharam. Dessa vez elas passaram a olhar no olho de cada pessoa que cruzavam, elas trocavam, não se escondiam mais no véu da correria. Elas podiam ser elas mesmas. Não precisavam ser profissionais, eram pessoas. As máscaras caíram, e a verdadeira face se revelou. Todos sentiam essa grande união fraternal. Faziam parte dessa mesma engrenagem. Comungavam e celebravam cada instante da vida. Agradeciam o simples ar que respiravam. Tinham lá suas diferenças, e aprendiam com tudo. Cada fato era um novo aprendizado, um novo olhar e cresciam, recriando-se sem parar...

Luciana Dau outubro de 2007

Nenhum comentário: